Muito se fala sobre transformação digital e não é por menos: líderes e especialistas consideram que o futuro e o sucesso das organizações dependem desse processo. Segundo dados da International Data Corporation (IDC), 30% das empresas do G2000 investirão, pelo menos, 10% de suas receitas em ações que envolvam essa estratégia até 2020.
Embora o assunto seja pauta número um tanto dos profissionais quanto de empresas de todos os portes, sabemos que, na prática, a transformação digital ainda não é um campo totalmente explorado. Ela está presente, mas há muito futuro pela frente. Por isso, discutir os seus aspectos é vislumbrar todo o potencial desse processo. Neste artigo, falaremos sobre um desses aspectos: a tecnologia.
Antes de tudo: transformação digital vai além da tecnologia
Para definir o que é Transformação Digital, antes é necessário dizer que não se trata apenas de um processo de implementação de tecnologias e ferramentas em empresas e negócios. Vai além disso.
Trata-se de um processo de mudança estrutural pelo qual as organizações estão passando para se adaptarem à realidade de um consumidor cada vez mais digital e conectado. É uma busca contínua por melhorias nos resultados, processos e na experiência do cliente, bem como uma resposta à revolução tecnológica e de consumo que vivemos nas últimas décadas.
É claro que tecnologias e inovações são parte essencial de toda essa mudança. Mas, essa evolução envolve transformações que afetam o modelo de negócios, a cultura e as pessoas ligadas a uma organização.
Nesse cenário, empresas contemporâneas e startups levam vantagens por nascerem em meio a uma cultura digital. É por isso que tantas companhias têm passado por intensos processos para se adequarem à nova economia.
Se não é apenas sobre tecnologias, por que discutir sobre elas é tão importante?
Se a experiência do cliente é um dos motores da transformação digital, a tecnologia é a engrenagem que viabiliza a sua implementação. Inovações como a Internet das Coisas e Inteligência Artificial, gradativamente, têm se tornado parte do cotidiano das pessoas.
É por isso que o mercado tem buscado incorporar essas tecnologias. Só para se ter uma ideia, segundo previsões do IDC, os números de investimento das corporações em IoT chegarão a US$ 1,2 trilhão em 2022, 55% a mais do que o previsto para 2018.
Uma pesquisa realizada pelo MIT entrevistou líderes de grandes empresas pelo mundo e um ponto importante que foi observado é que, de uma forma geral, essas empresas estão redefinindo os seus negócios por meio da transformação digital ao concentrarem suas forças nessas áreas:
- experiência do cliente;
- processos operacionais;
- modelos de negócios.
3 tecnologias importantes para a transformação digital
Por mais que se entenda que a transformação digital é um processo que envolve diversos elementos como cultura e pessoas, é compreensível que a tecnologia funcione como a força catalisadora de tudo. Conheça, a seguir, três tecnologias que têm sido essenciais para essa mudança.
1. Internet das Coisas
O consumidor atual é conectado e, por isso, é natural ele esperar que tudo ao seu redor também esteja. Nesse sentido, a Internet das Coisas desempenha um papel importante em uma estratégia digital, afinal, a essência dessa inovação está na conexão entre objetos e pessoas por meio da internet.
Se as pessoas interagem de forma digital e inteligente com seus carros, casas, eletrodomésticos e demais objetos na atualidade, o que se espera é que elas estejam cada vez mais dispostas e aptas a interagir com marcas e produtos da mesma maneira.
No processo de transformação digital, a IoT se torna importante por viabilizar a adequação das marcas a esse fenômeno e ajuda a ressignificar as formas pelas quais as empresas realizam os seus processos, coletam dados e constroem experiências de compra. A seguir, entenda como tudo isso funciona na prática.
Melhoria de processos
A General Electric (GE) é uma das gigantes globais que estão apostando na transformação digital e a IoT tem sido uma inovação propulsora para a otimização de processos. Com a implantação de máquinas inteligentes, a companhia consegue rastrear mercadorias que monitoram e controlam o estoque, coletando informações e integrando-as aos sistemas de gestão em tempo real.
Coleta de dados
Sem dúvidas, a IoT é uma poderosa aliada para a coleta de informações. Pense nos beacons, os pequenos dispositivos utilizados no varejo físico que são capazes de coletar informações sobre o comportamento de compra das pessoas. Graças a eles, lojistas conseguem obter dados e insights futuros para a tomada de decisões.
Contudo, podemos ir um pouco além para mostrar como a digitalização das nossas relações com objetos é um passo importante para coletar dados valiosos sobre as pessoas: uma marca, por exemplo, ao oferecer uma experiência de compra otimizada para seus clientes, pode obter insights e informações relevantes em troca.
Nas Olimpíadas de 2016, a Visa e o Bradesco adotaram, no Brasil, o que chamamos de wearable tech (tecnologia vestível) ao lançar as pulseiras de pagamento via contactless, as quais descontam diretamente da conta do usuário. A princípio, uma experiência de comodidade para os clientes das marcas, mas também a possibilidade de extrair dados importantes, como indicadores de consumo.
2. Inteligência Artificial
Embora a IA ainda pareça um assunto futurístico, aos poucos, ela vem sendo integrada à nossa realidade. Um exemplo são os chatbots, que conseguem realizar o atendimento que antes era executado por atendentes humanos.
Mas, o papel da inteligência artificial na transformação digital se aplica a outros campos. Por meio dessa inovação, principalmente graças ao machine learning e ao deep learning, máquinas e sistemas são capazes de aprender, coletar e analisar dados, oferecendo insights e informações valiosas sobre clientes e mercados.
A Volkswagen, que está em processo de transformação digital, recentemente desenvolveu um aplicativo baseado em inteligência artificial o qual é capaz de entender a linguagem natural e os variados tipos de sotaque e expressões de cada região. Como um manual do proprietário 100% digital e cognitivo, o app, ao entender textos, mensagens de voz e imagens, se transforma em uma assistente virtual.
Também pensando na experiência do cliente, a Nike implantou, em seu aplicativo, uma funcionalidade capaz de “escanear” e medir os pés dos clientes a fim de ajudá-los a encontrar o calçado ideal. Esse recurso, baseado em inteligência artificial, também utiliza uma série de tecnologias machine learning e computer vision.
Não somente para melhorar a experiência do usuário, a inteligência artificial é uma forte aliada na automação de processos e no aumento de eficiência produtiva. Na própria Volkswagen, existem robôs e sistemas baseados em IA que auxiliam no processo de produção, tomam algumas decisões baseadas em regras e que são capazes de interagir com os colabores da equipe, respondendo a perguntas que vão desde questões técnicas ao cardápio do restaurante.
Essas são algumas razões pelas quais grandes companhias incorporam IA em suas estratégias digitais. Ainda em 2016, empresas como Microsoft e Google investiram juntas mais de US$ 20 bilhões, segundo a Harvard Business Review. De acordo com o IDC, esse número mais que triplicará em 2022, chegando a US$ 77,6 bilhões.
3. Cloud Computing
Já faz tempo que a cloud computing se tornou uma solução para diversos tipos de projetos e negócios. Desde um simples programa a um complexo sistema, essa tecnologia ajuda a simplificar processos.
É por isso que falar sobre computação em nuvem aliada à IoT e à IA pode, em um primeiro momento, parecer algo não tão futurista assim, mas o fato é que a nuvem tem sido a base para que as empresas se desenvolvam de forma ágil.
Basta refletir sobre os modelos de nuvem, como IaaS, PaaS e SaaS, e suas diversas funcionalidades. Indo um pouco além, podemos pensar em como os serviços de nuvem, como a Amazon Web Service, ou plataformas baseadas na nuvem, como muitos CRMs, ajudam empreendimentos a escalarem e melhorarem o seus produtos.
A Volkswagen, por exemplo, anunciou em 2018 a construção da Volkswagen Automotive Cloud, ferramenta exclusiva da empresa que foi desenvolvida em parceria com a Microsoft para criar uma nuvem exclusiva da indústria automotiva, a qual servirá como base para o desenvolvimento dos serviços digitais e para o projeto de transformação digital da companhia.
- Fonte: Volkswagen
A possibilidade de dimensionar infraestrutura e utilizá-la sob demanda permite que a nuvem seja um elemento essencial para a construção de um modelo de negócios ágil. Além disso, os melhores serviços de cloud do mercado podem ser facilmente integrados a ferramentas importantes para a transformação digital, como IoT e Big Data.
Bônus: “pequenos” facilitadores
Embora possível, tem sido cada vez mais difícil falar sobre tecnologias da transformação digital sem citar as diversas ferramentas facilitadoras desse processo. É um exercício de destrinchar todo o processo para entender como cada um desses elementos consegue impactar positivamente um negócio.
Na retaguarda das grandes ações digitais, entre diversos produtos e soluções que envolvem a transformação digital, estão as APIs. Esses recursos são peças-chave na construção de softwares e aplicativos inteligentes e escaláveis.
Graças à constante evolução dessa ferramenta, o uso inteligente de APIs pode significar para uma estratégia o equilíbrio entre controle, alteração, visibilidade, escalabilidade e estabilidade no desenvolvimento de aplicações.
Grandes empresas como Netflix e Google já estruturam o seu modelo de negócios criando um ecossistema de inovação e tecnologia ao usar uma robusta gama de APIs que facilitam o desenvolvimento de suas soluções digitais.
Quer aprender mais sobre outras ferramentas que contribuem para a construção de aplicações mais inteligentes? Conheça mais sobre a importância de APIs e de microsserviços para os negócios.